Por 370 votos a favor,124 contra
e 1 abstenção,o Plenário da Câmara dos Deputados aprovou,em segundo turno,o
texto-base da proposta de emenda à Constituição que reforma da Previdência.Sob
aplausos,o presidente da Câmara, Rodrigo Maia(DEM-RJ),proclamou o resultado
à 0h38 desta quarta-feira(7),depois de cinco horas de debates.
Foto: Wilson Dias/Agência Brasil
A sessão foi encerrada logo após
o anúncio do placar.Segundo Maia,os deputados começarão a discutir os
destaques em sessão marcada para as 9h de hoje.No segundo turno,só podem ser
votados destaques e emendas supressivas,que retiram pontos do texto.Propostas
que alteram ou acrescentam pontos não podem mais ser apresentadas.A sessão para
votar a reforma da Previdência em segundo turno começou às 19h15,depois de
Rodrigo Maia passar o dia esperando a formação de quórum no Plenário da Casa.Por volta das 19h50,os deputados rejeitaram um requerimento do PSOL para
retirar a proposta de pauta, por 306 votos a 18.Por volta das 20h55,os
parlamentares votaram um requerimento dos líderes para encerrar as discussões
depois de dois deputados terem falado contra e dois a favor.Aprovado com 350
votos favoráveis e 18 contrários,o requerimento ajudou a acelerar a sessão. Em
seguida,deputados do centrão e do governo esvaziaram o Plenário para forçar
Rodrigo Maia a encerrar e reabrir a sessão,reduzindo o número de requisições
da oposição para alongar os debates.No início da noite,os parlamentares
aprovaram,em votação simbólica,a quebra do prazo de cinco sessões entre as
votações em primeiro turno e em segundo turno para que a PEC pudesse ser votada
ainda nesta madrugada.Nas últimas horas,o Plenário aprovou requerimentos para
acelerar a sessão,como o que rejeitou em bloco todos os destaques individuais
e o que impediu o fatiamento da votação do texto principal.O primeiro turno da
proposta foi concluído no dia 13 de julho.Na ocasião, o texto principal foi
aprovado por 379 votos a 131.Em segundo turno, são necessários também 308
votos para aprovar a PEC,e os partidos podem apresentar somente destaques
supressivos,ou seja,para retirar partes do texto.Concluída a tramitação na
Câmara,a matéria segue para análise do Senado,onde também será analisada em
dois turnos de votação.
Divergências
A oposição ainda tenta modificar
trechos da proposta e anunciou que apresentará os nove destaques a que tem
direito para tentar retirar pelo menos quatro itens do texto da reforma.Estão
no foco dos partidos da oposição a retirada de trechos como as mudanças na
pensão para mulheres,nas aposentadorias especiais,na pensão por morte e as
regras de transição.A líder da Minoria,deputada Jandira Feghali(PCdoB-RJ),
reiterou nessa terça-feira(6)que oposição trabalhará na“redução de danos”ao
trabalhador.Entre os pontos que a oposição tentará retirar da reforma estão a
restrição ao abono salarial a quem recebe até R$ 1.364,43 em renda formal e a
redução de novas pensões a 50% do salário médio do cônjuge falecido,com
acréscimo de 10 pontos percentuais por dependente.No entanto,para deputados da
base governista,os destaques serão rejeitados independentemente dos esforços
dos partidos de oposição.“A oposição está obstruindo,e obstruir significa não
trabalhar para que Brasil possa avançar.Nós vamos,queira a oposição ou não,votar a reforma,a nova Previdência, para que o País volte a crescer e para que
façamos com que ele volte a gerar emprego e oportunidade de vida ao povo
brasileiro”,disse o deputado Darci de Matos(PSD-SC).
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