Carlos Mastique (foto)com um tiro no peito,na madrugada de
domingo passado.No áudio,obtido com exclusividade pelo jornal A Região,o
investigador diz que "ainda tenta se refazer e apagar da memória as
imagens do ocorrido".
Ele conta que,por volta de 2h40 de sábado para domingo,ele
e Mastique estavam na avenida Aziz Maron,centro de Itabuna,quando uma jovem
pediu socorro para a amiga,que estava sendo agredida.Os dois foram ao local,onde encontraram seis pessoas.
O investigador conteve quatro delas,enquanto Mastique
tentava contar o agressor da mulher."Pedi que todos encostassem na
parede,avisando que era polícia.O cidadão que estava agredindo permaneceu
agredindo e o delegado Mastique se dirigiu a ele,contendo a agressão".
O agressor foi identificado como um policial militar à
paisana,por isso Mastique ligou para o 190 e pediu o apoio da PM.A viatura
chegou rápido mas,ao invés de tomar conhecimento da agressão do PM, mandou o
delegado e o investigador deitar no chão,numa abordagem usada para bandidos.
"O cabo da Polícia Militar,do 15º batalhão
aproximou-se,tomou a pistola do delegado, que estava na cintura,e pediu que
ele se afastasse".Vendo a situação se agravar,o policial civil pegou sua
identificação de policial e entregou a um PM.
Momento do homicídio
Neste momento ele diz que escutou o PM dizer "sai da
frente soldado" e escutou o tiro.Ao se virar,viu o delegado Mastique no
chão,baleado. "Olhei para os policiais e disse 'olha a merda que vocês fizeram, atiraram em um delegado de polícia.Por favor,dê socorro a
ele'".
Eles mandaram que o policial deitasse no chão."Eu
resisti,eles tornaram a insistir.Sem alternativa,eu deitei e foi solicitado
que entregasse minha arma.Eu disse que ela estava na cintura e eles teriam que
retirar, porque eu não teria condições de fazê-lo"."Neste momento,me
foi dado voz de prisão e retiraram a pistola.Eu insisti que dessem socorro ao
delegado,que estava morrendo.Me levantei,mesmo com eles dizendo para deitar
novamente,e fui até o delegado,que ainda tinha pulsação".O investigador
pediu que socorressem o delegado,mas foi obrigado a deitar no chão de novo. Um
tenente PM chegou ao local e perguntou quem ele era."Disse que eu era um
policial civil e que minha identificação já se encontrava com os policiais,e
pedi que desse socorro ao delegado".O PM alegou que já tinha pedido
socorro,mas o investigador lembrou que o Samu iria demorar e pediu novamente
para que levassem Mastique a um hospital.Depois de muita insistência,o
delegado foi "arrastado pelas pernas pelos PMs"e colocado em uma
viatura.
Suspeita na delegacia
Na delegacia,mais atitudes suspeitas,segundo o agente da
polícia civil. "Nao fizeram minha apresentação e tentaram me manter dentro
do veículo o tempo todo".Ele conta que chamou um colega de Itabuna e
pediu para que ele acompanhasse os PMs o tempo todo."Queria evitar uma
possível fraude,disparando a arma dele ou a do delegado para simular um
confronto.Graças a Deus isso não aconteceu.Em nenhum momento me colocaram na
ocorrência.Nem o PM à paisana nem as pessoas que estavam no local foram
conduzidos para a delegacia".O policial é taxativo sobre a ocorrẽncia:"Não vejo isso com uma ação policial desastrosa e sim como uma
execução"."O delegado tomou um tiro no peito esquerdo e eu fiquei
ali, impossibilitado de fazer o revide da injusta agressão"."A única
coisa que nós temos são as câmeras de de vigilância. Pedi para o delegado que
me deu apoio,juntamente com os policiais civis,que fossem buscar essas
câmeras para que as imagens não desaparecessem".A PM alega que foi ao
local para separar uma briga e que, ao pedir a arma do delegado(ele ainda
dentro do carro),ele teria feito menção de atirar.O jornal A Região observa
que o depoimento gravado foi enviado por uma fonte e não é oficial.Para A Região,a SSP-BA deveria divulgar as imagens das câmeras de segurança,que podem
mostrar qual é a versão verdadeira.
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