Nesta terça-feira(2)é o Dia
Mundial de Conscientização do Autismo.Os números desse transtorno na população
chamam a atenção para políticas mais desenvolvidas de diagnóstico correto e
tratamento.Para mostrar a importância do assunto,o Blog Paulo José (veja aqui)chamou atenção para o problema e o vereador Valdir Veloso(PP),pautou seu
discurso baseado na reportagem e conclamou para que o governo municipal procure
abraçar mais esta causa e ajude a diminuir o sofrimento de famílias que
enfrentam essa situação diariamente.
Segundo o Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE),o Brasil tem 38,5 milhões de crianças de 0 a 13
anos.Ao aplicar o índice da Opas,dessas,cerca de 241 mil seriam autistas.A
estimativa,contudo, é que o número seja ainda maior.Estudiosos acreditam que
esse número pode chegar a 2 milhões de brasileiros.A causa para a discrepância
dos dois dados é a dificuldade em se obter o diagnóstico do Transtorno do
Espectro Autista (TEA).
Conforme a educadora e psicóloga,Ester
Pereira,que esteve nessa terça-feira na tribuna da Câmara,é preciso conhecer
o autismo para que as pessoas possam respeitar os autistas.Ester,parabenizou o radialista-blogueiro Paulo José,pelo tema abordado no Blog e disse que a maior dificuldade para quem
enfrenta o autismo é,de fato,o preconceito."As pessoas não buscam
orientação,não tentam entender.Muitas vezes são intolerantes", lamenta.
Dificuldade na saúde
O acesso ao tratamento devido
para quem tem autismo é restrito. "Ainda não temos bom acesso,nem no
setor público,nem no particular". Por ter um filho com o transtorno,a
médica Emanuelle já passou por dificuldades em achar profissionais que
oferecessem a assistência necessária."Isso é uma das questões que a gente
vê que ainda não mudou.A pessoa cursa enfermagem,medicina e ela tem que estar
pronta para isso",reclamou.
Professor,doutor em educação e
especialista em autismo,Eugênio Cunha concorda que o sistema de saúde tenha
problemas para atender os que sofrem com o transtorno."A saúde tem ações
e papéis legais.O autista tem maior respaldo para ser atendido na saúde,na
educação,mas,por outro lado,os profissionais ainda não estão preparados para
receber um autista", explicou.
"Isso é uma das causas do
movimento.As pessoas precisam ficar mais atentas aos sintomas.Na área da
saúde,as pessoas que lidam com esse tipo de situação devem saber como lidar,como tratar com isso", analisou Cunha."Eu acho que o desconhecimento
da sociedade é um problema. Como a pessoa não sabe o que é o autismo,ela não
sabe lidar com o transtorno",completou.
Segundo o Ministério da Saúde,os
pacientes com autismo podem ser atendidos no Sistema Único de Saúde(SUS),nos
serviços que compõem a Rede de Atenção Psicossocial(RAPS).Segundo a pasta,a
rede de reabilitação em todo o país conta com 2.385 serviços de reabilitação e
estimulação credenciados no SUS,com 217 Centros Especializados em Reabilitação(CERs);36 Oficinas Ortopédicas;236 serviços de reabilitação em modalidade
única;e 1.896 serviços de reabilitação credenciados pelos estados e
municípios.
“O atendimento nos Centros
Especializados em Reabilitação compreende,além da avaliação multiprofissional,acompanhamento em Reabilitação Intelectual e dos Transtornos do Espectro do
Autismo (TEA),bem como orientações para uso Funcional de Tecnologia Assistiva.A avaliação multiprofissional é realizada por uma equipe composta por médico
psiquiatra ou neurologista e profissionais da área de reabilitação para
estabelecer o impacto e repercussões no desenvolvimento global do indivíduo e
sua finalidade",informou o texto.
Mitos e verdade sobre o
transtorno
Cunha também levantou alguns dos
mitos sobre o transtorno, temas abordados em seus livros.Ele é autor Autismo e
inclusão- psicopedagogia e práticas educativas na escola e na família; Autismo
na Escola-um jeito diferente de aprender, um jeito diferente de ensinar;
Práticas pedagógicas para a inclusão e diversidade e Afeto e aprendizagem –
relação de amorosidade e saber na prática.
"É mito falar que o autismo
é uma doença.É um transtorno.Também é falso dizer que o autista não tem
afetividade e que não gosta de pessoas",afirmou. Além disso,o professor
frisou que o autismo pode melhorar ao longo da vida e do tratamento."Ele
aprende independentemente do nível do comprometimento.A questão é como
ensinar.Ele tem empatia e suas próprias dimensões afetivas,mas a sociedade
tem que entender essa maneira de se expressar que o autista tem”,ressaltou.Os
principais sintomas são a dificuldade de interação social,dificuldade de
comunicação,e “forma literal de agir",inflexível, com baixa aceitação de
mudanças na rotina.
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