quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

Prefeita de Arataca tem contas rejeitadas e é multada em 80 mil reais por diversas irregularidades


O Tribunal de Contas dos Municípios,na sessão desta quinta-feira (13/12),rejeitou as contas da prefeita de Arataca,Katiana Pinto de Oliveira, referentes ao exercício de 2017. O relatório técnico constatou que houve abertura de crédito adicional suplementar,sem prévia autorização legislativa,o que comprometeu o mérito das contas.A gestora foi multada em R$72 mil,que corresponde a 30% dos seus subsídios anuais, pela não recondução da despesa ao limite previsto na Lei de Responsabilidade Fiscal. Também foi aplicada uma multa de R$8 mil pelas demais irregularidades identificadas nos relatórios. 
                                                  Foto:Reprodução Facebook
A despesa total com pessoal correspondeu a 66,68% da receita corrente líquida do município no exercício, superior, portanto, ao limite de 54% estabelecido na LRF.O relator do parecer,conselheiro substituto Cláudio Ventin,alertou que a administração municipal deve adotar medidas de redução do percentual para evitar a reincidência. 
O relator reiterou o fato de que é não é possível retroagir a aplicação da lei para dar cobertura a ato de abertura dos créditos adicionais suplementares,que requer expressamente a preexistência de lei autorizando, que deve ser descrita nos decretos expedidos pelo Poder Executivo Municipal, o que não ocorreu em relação a gestão atual. 
A receita arrecadada pelo município alcançou o montante de R$ 24.224.973,22 e as despesas realizadas foram de R$ 27.502.161,50, o que indica um déficit orçamentário de R$ 3.277.188,28,configurando desequilíbrio das contas públicas. 
O relatório técnico apontou ainda situações como o não encaminhamento da prestação de contas anual à Câmara Municipal; tímida cobrança da Dívida Ativa Tributária do município; cadastro irregular dos agentes políticos no sistema SIGA,do TCM;e um relatório de controle interno ineficiente. 
Em relação às obrigações constitucionais, a prefeita aplicou 31,14% da receita na manutenção e desenvolvimento do ensino, quando o mínimo exigido é 25%. No pagamento da remuneração dos profissionais do magistério foi investido um total de 74,33% dos recursos advindos do FUNDEB, sendo o mínimo 60%.Nas ações e serviços de saúde foram aplicados 18,77% dos recursos específicos, também superando o percentual mínimo de 15%.
O relator determinou a formulação de representação ao Ministério Público Estadual, para que investigado a ocorrência de crime contra a administração pública, com a abertura de crédito adicional suplementar, uma vez que tal situação vai de encontro com o que determina a Constituição Federal.
Cabe recurso da decisão.
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