O deputado Paulo Pimenta e seus
colegas colocaram uma enorme casca de banana para o presidente da Câmara,
Rodrigo Maia.Na justificativa para a abertura da CPI das Delações, Pimenta citou
como fato fundamental para a abertura da comissão uma matéria do Estadão que
reproduziu depoimentos dos doleiros Vinícius Claret (Juca Bala) e Cláudio de
Souza (Tony).Ambos falaram de suposto pagamento de uma “taxa de proteção” de
US$ 50 mil para que não fossem investigados pela PF e o MPF.Essa taxa teria
sido paga de 2005 a 2013. Ou seja, antes da Lava Jato, cuja primeira fase foi
deflagrada em fevereiro de 2014 – a primeira delação foi assinada em setembro.É
como querer investigar um crime antes de ele ser cometido.
Para piorar, em
nenhum momento dos depoimentos, os doleiros se referem a possíveis manipulações
de acordos de colaboração premiada. E citam o advogado Figueiredo Basto
lateralmente.Quem pediu o dinheiro foi Enrico Machado, ex-sócio de Dario Messer
no banco EVG. Os próprios doleiros admitem que nunca receberam “qualquer tipo
de informação verossímil de Enrico”. Que tipo de proteção é essa?Uma CPI só
pode ser instaurada com base em fato específico e diretamente relacionado ao
objeto da investigação. Não em boatos, muito menos sobre fatos que não se
ajustam cronologicamente.Parece que Paulo Pimenta ludibriou seus colegas
deputados e o próprio presidente da Câmara para atingir seu objetivo espúrio
contra a Lava Jato. É uma vigarice criminosa.
Do O Antagonista
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