Especialistas do Grupo Oncoclínicas pontuam os principais
erros de informação relacionados à incidência de tumores malignos
São Paulo, 06 de Abril de 2018 – Para muitas pessoas, falar
sobre câncer é sempre uma questão delicada. Segundo o Instituto Nacional de
Câncer (Inca), a incidência da doença no Brasil em 2018 deve ficar em torno de
600 mil novos casos, sendo que a estimativa indica que três em cada 10 tumores
diagnosticados estão relacionados a hábitos evitáveis como tabagismo, consumo
de álcool, sedentarismo, obesidade e exposição excessiva ao sol. Por isso, a
melhor forma de reduzir os índices do câncer no país é garantir o acesso a
informações qualificadas à população em geral. Ainda existem, contudo, muitas
dúvidas relacionadas à doença que em boa parte têm suas respostas baseadas em
dados que não possuem comprovação científica e nem tampouco refletem a
realidade.
Para esclarecer alguns mitos sobre o tema, especialistas do
Grupo Oncoclínicas dão suas opiniões sobre assuntos recorrentes nos
consultórios e mídias sociais.
1- Mito: Todo câncer é igual
Na realidade, existem centenas de tipos de cânceres. E cada
tipo de tumor evolui de forma diferente, assim como os métodos de tratamento
podem variar de acordo com cada caso e as respostas às terapêuticas da mesma
forma dependerão do comportamento do organismo do paciente. "Cada câncer
tem uma única assinatura molecular com manifestações clínicas e prognóstico
variáveis. Por isso, é inviável generalizar, pois cada paciente tem um caso
específico", conta a Dra. Ana Paula Giuliani, oncologista da Oncoclínica
Porto Alegre – unidade do Grupo Oncoclínicas no Rio Grande do Sul.
A especialista alerta ainda para o diagnóstico precoce como
fator essencial para o sucesso no tratamento de todos casos de câncer,
independente do tipo. "Não podemos indicar de forma genérica um ou outro
medicamento que poderá ser eficaz para toda a gama de tumores malignos que
existem, mas há um conselho que vale para a população em geral: busque sempre
aconselhamento médico especializado caso note qualquer alteração à sua saúde.
Quanto mais cedo identificado o problema, maiores as chances de cura",
ressalta.
2- Mito: O câncer é hereditário. Você terá câncer apenas se
existir em sua família
Grande parte da população acredita que casos de câncer na
família aumentam as chances dos indivíduos desenvolverem a doença. E que quanto
mais próximo o grau de parentesco, maiores os riscos de cedo ou tarde ser
surpreendido com um tumor maligno. Porém, tais medos são infundados. Estudos
internacionais apontam que apenas entre 5% a 10% dos casos de câncer são
decorrentes da combinação genética familiar.
"É errado dizer que o câncer é uma doença hereditária,
mas não é errado dizer que é uma doença genética. Nos acostumamos a relacionar
a genética como algo hereditário e é aí que está o problema. Quando falamos em
genética é porque existem alterações no DNA da célula tumoral. E essas
alterações podem ser herdadas ou não dos pais. Mas é fato que se há um grande
número de pessoas na família com o mesmo tipo de tumor e acometidos em idade
mais jovem (abaixo dos 50 anos), pode ser um sinal de atenção e um
oncogeneticista deveria ser procurado", contextualiza o Dr. Raphael
Parmigiani, biomédico especialista em genética e sócio-fundador do IdenGene -
Grupo Oncoclínicas, laboratório de análises especializado em testes genéticos
para ajudar no tratamento e prevenção do câncer.
3- Mito: Os pacientes com pele mais escura não podem ter
câncer de pele e não precisam usar protetor solar
O câncer da pele responde por 33% de todos os diagnósticos
desta doença no Brasil – são cerca de 180 mil novos casos a cada ano, segundo o
Instituto Nacional do Câncer (INCA) registra, a cada ano, cerca de 180 mil
novos casos. Em 90% dos casos, o fator de risco é a exposição excessiva e sem
proteção ao sol. "Pessoas de pele clara, cabelos claros e sardas são mais
propensas a desenvolver o câncer de pele, mas isso não significa que quem não
se encaixa nesse padrão de características físicas está livre dos riscos de
desenvolver esse tipo de tumor. Quanto mais tempo de exposição da pele ao sol,
mais envelhecida ela fica, aumentando também a possibilidade de surgimento do
câncer de pele não melanoma", destaca o Dr. Frederico Arthur Pereira
Nunes, oncologista da Oncoclínica Centro de Tratamento Oncológico - Grupo
Oncoclínicas.
4 - Mito: A quimioterapia é a mesma para todos os cânceres
Existe uma ampla variedade de medicamentos quimioterápicos e
de combinação entre elas, com perfil de tolerância e toxicidade variável. Isso
significa que nem toda quimioterapia é igual, sendo a definição sobre a droga
feita de acordo com suas indicações para cada tipo de tumor e necessidades
específicas de tratamento para o caso específico do paciente.
Quimioterapia é um nome genérico dado ao conjunto dos
medicamentos que agem contra o câncer. Dentro dessa classificação existem
diversos tipos de drogas que atuam de maneira diferente. Por isso, a escolha do
tratamento depende do tipo da doença, suas mutações, pontos fracos, tamanho do
tumor e o estado geral do paciente. Além disso, é preciso ressaltar que durante
todo o processo contra o câncer podemos utilizar diversas opções terapêuticas
como: cirurgia, radioterapia, medicamentos orais e intravenosos que são
conhecido como quimioterapia, a ciência tem avançado na descoberta de novas
frentes, como a imunoterapia, por exemplo", destaca o Dr. Felipe Ades,
oncologista do Centro Paulista de Oncologia (CPO) – Grupo Oncoclínicas.
5 - Mito: Não há nada que você possa fazer para reduzir o
risco de desenvolver câncer
Estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam
que 80% dos casos de surgimento de tumores malignos estão relacionados ao nosso
modo de vida, sendo o sedentarismo um dos principais protagonistas destas
estatísticas. De acordo com a Dra. Ana Carolina Guimarães, oncologista do
Oncocentro - unidade do Grupo Oncoclínicas em Minas Gerais, outro dado que
reforça essa percepção vem de uma pesquisa realizada pelo Instituto Nacional do
Câncer (Inca), que aponta que a prática frequente de atividade física pode
reduzir o risco de desenvolvimento de 26 tipos de câncer, entre eles o de mama,
neoplasia que mais atinge a população feminina no Brasil.
"Para manter seu risco baixo, o certo é manter um peso
saudável, fazer exercícios regularmente e limitar a quantidade de álcool
ingerida. Vale lembrar ainda que o incentivo à prática constante de atividades
físicas e ingestão de alimentos saudáveis surgem não apenas como iniciativas
essenciais para frear os índices aumentados de risco de desenvolver a tumores
malignos como também forma de potencializar o processo de tratamento",
diz.
6 - Mito: Quimioterapia significa que você vai perder o cabelo
Assim como existem variados tipos de câncer, também os
efeitos dos diferentes tipo de medicamentos quimioterápicos podem variar de
acordo com sua composição e resposta do paciente. Entre os efeitos colaterais
de algumas quimioterapias, pode acontecer a queda dos fios de cabelo, que pode
ainda variar de intensidade de acordo com cada caso.
"As células do câncer se multiplicam e crescem mais
rápido que as células normais do corpo. Sabendo disso, os remédios foram
desenvolvidos para atacar as células que se multiplicam mais rápido, assim
reduzindo os tumores e aumentando a chance de cura em casos em que há indicação
cirúrgica. O problema disso é que existem células normais do corpo que também
se multiplicam rapidamente, como as células responsáveis por fazer crescer o
cabelo. Por isso, dependendo do remédio que se use, pode ocorrer a queda do
cabelo depois de alguns dias do tratamento. Normalmente os cabelos voltam a
crescer algumas semanas depois do tratamento terminar", comenta a Dra.
Clarissa Mathias, oncologista do Núcleo de Oncologia da Bahia (NOB) – Grupo
Oncoclínicas.
Como alternativa para prevenção à perda dos fios durante o
tratamento quimioterápico, há a opção de utilização de aparelhos que causam o
resfriamento do couro cabeludo durante a administração da quimioterapia.
"O frio faz com que os vasos sanguíneos se contraiam, assim menos sangue
passa por partes do corpo que estão geladas. A ideia por trás dessa estratégia
é fazer com que menos quimioterapia circule pela pele do couro cabeludo, reduzindo
assim o efeito de queda de cabelo", explica.
7- Mito: Homens não desenvolvem câncer de mama
Assim como as mulheres, homens também apresentam glândulas
mamárias e, portanto, apesar da baixa incidência, o câncer de mama pode se
manifestar em homens. Apesar da baixa incidência - em cerca de 100 casos da
doença, apenas um ocorre no sexo masculino – estima-se que os Estados Unidos
registram cerca de 1900 casos ao ano e, na maioria das vezes, o diagnóstico é
tardio.
"O diagnóstico precoce ainda é uma das principais
ferramentas de sucesso para o tratamento do câncer, por isso a informação é
essencial neste processo. Para detectar qualquer tipo de problema, é preciso
que o homem realize o autoexame com frequência, principalmente depois dos 50
anos, faixa etária em que ocorrem mais casos do câncer de mama masculino . E
claro, caso haja qualquer mudança suspeita na região mamária, é preciso deixar
de lado qualquer tipo de preconceito e procurar a ajuda de um
especialista", explica o Dr. Daniel Gimenes, oncologista do CPO - Grupo
Oncoclínicas, em São Paulo.
8 - Mito: Fé é para pessoas fracas e apenas uma fuga para os
pacientes com câncer
"Não há provas científicas de que a fé representa um
reforço para o sistema imunológico, mas inúmeros estudos sugerem uma ligação
entre religião e espiritualidade com a melhor saúde física relatada entre os
pacientes com câncer. Elas funcionam como um incentivo extra para a autoestima
dos pacientes e ajudam a proporcionar conforto diante do medo", finaliza a
Dra. Clarissa Mathias, do NOB – Grupo Oncoclínicas.
Sobre o grupo oncoclínicas--
Fundado em 2010, é o maior grupo especializado no tratamento
do câncer na América Latina. Possui atuação em oncologia, radioterapia e
hematologia em 11 estados brasileiros. Atualmente, conta com 59 unidades entre
clínicas e parcerias hospitalares, que oferecem tratamento individualizado,
baseado na melhor prática clínica, para mais de 35 mil pacientes com câncer
todo ano.
Para mais informações, acesse www.oncoclinicas.com
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