"O sol da liberdade, em raios fúlgidos
Brilhou no céu da pátria nesse instante".
Hoje é o dia do nosso Hino Nacional. Bons tempos em que
cantávamos semanalmente o nosso hino nas escolas. Precisamos retomar entre os
estudantes brasileiros a valorização dos nossos símbolos.
Tela de José Correira de Lima retratando o maestro Francisco
Manuel ditando o Hino Nacional
O Dia do Hino Nacional Brasileiro é celebrado em 13 de
abril. A escolha dessa data deve-se ao fato de que, na noite do dia 13 de abril
de 1831, a música do nosso hino foi tocada pela primeira vez no Teatro São
Pedro de Alcântara, na cidade do Rio de Janeiro. Até abril de 1831, o hino
considerado “nacional” era o Hino da Independência, composto pelo próprio
imperador D. Pedro I.
Francisco Manuel da Silva e a criação do Hino Nacional
O responsável pela criação da música do hino, isto é, da
parte instrumental, foi o maestro Francisco Manuel da Silva (1795-1865),
cofundador da Imperial Academia de Música e do Instituto Nacional de Música
(para conhecer detalhes da biografia de Francisco Manuel da Silva, clique aqui.).). A música do hino teria sido composta logo após os acontecimentos que
marcaram o dia 7 de abril de 1831. Nesse dia, o então imperador D. Pedro I
abdicou do trono a favor de seu filho, D. Pedro de Alcântara – futuro D. Pedro
II. A abdicação de D. Pedro ocorreu em razão de pressões políticas internas e
externas ao país (que podem ser melhor compreendidas aqui). Muitos brasileiros,
entre políticos, artistas, jornalistas e intelectuais, contrários a D. Pedro I
e aos lusitanos partidários do imperador, vibraram com a sua abdicação.
Francisco Manuel era um deles e compôs o hino para saudar o futuro que viria
com o novo imperador, este, sim, nascido no Brasil.
Como é sabido, o filho de D. Pedro I, Pedro de Alcântara,
nascido no Rio de Janeiro, ainda era uma criança quando houve a abdicação. Foi
necessária, portanto, a composição de um regime de governo que preparasse o
terreno para o novo imperador. Esse regime ficou conhecido como Regência, ou
Período Regencial. Havia, por parte de brasileiros como o maestro Francisco
Manuel, uma grande expectativa com relação a essa nova fase da política
brasileira. A primeira letra para a música do hino, elaborada por Ovídio
Saraiva, refletia bem esse contexto, como pode ser visto nas estrofes abaixo:
Uma prudente regência
Um monarca brasileiro
Nos prometiam venturosos
O porvir mais lisonjeiro.
E vós donzelas brasileiras
Chegando de mães ao estado
Dai ao Brasil tão bons filhos
Como vossas mães tem dado.
Contudo, a parceria entre a música de Silva e a letra de
Saraiva não chegou a se tornar algo sólido e duradouro. No auge do Segundo
Reinado, por exemplo, era frequente que o Hino Nacional fosse executado sem o
acompanhamento da letra.
Reforma do Hino com Alberto Nepomuceno e Osório
Duque-Estrada
Quando houve a Proclamação da República, em novembro de
1889, os republicanos desejaram a composição de um novo hino para celebrar o
novo regime político. Para tanto, foi realizado um concurso. Entretanto, a nova
música selecionada não agradou ao então presidente Deodoro da Fonseca, que
optou pela permanência da música de Francisco Manuel da Silva. O hino
permaneceu por algum tempo sem uma nova letra, até que, em 1906, um membro do
Instituto Nacional de Música, chamado Alberto Nepomuceno, propôs ao presidente
da República Afonso Pena uma reforma do Hino Nacional Brasileiro. Essa reforma
alteraria alguns elementos da parte instrumental e acrescentaria também uma
nova letra.
Tão logo a reforma foi autorizada, um novo concurso foi
feito para eleger a nova letra. O vencedor do concurso foi o professor e poeta
Osório Duque-Estrada (1870-1927). A letra de Duque-Estrada tinha a maior parte
feita com versos mais longos que os de Ovídio Saraiva, seguindo o modelo
apreciado na época e muito utilizado pelos poetas parnasianos, isto é, o verso
de dez sílabas métricas com marcação na sexta e na décima sílabas tônicas. Esse
verso é conhecido como decassílabo heroico e ajustou-se bem à parte
instrumental reformada por Nepomuceno.
Por Me. Cláudio Fernandes
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