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terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

Representação contra Lúcio no Conselho de Ética tem poema de Gregório de Matos

"Que falta nesta cidade?...Verdade
Que mais por sua desonra?...Honra
Falta mais que se lhe ponha...Vergonha. 
O demo a viver se exponha,
Por mais que a fama a exalta,
numa cidade onde falta
Verdade, honra, vergonha. 
Quem a pôs neste socrócio?...Negócio
Quem causa tal perdição?...Ambição
E o maior desta loucura?...Usura." 
O trecho acima é do poema Epigrama, do escritor, advogado e poeta baiano Gregório de Matos e é o texto de abertura da representação protocolada pelos partidos Psol e Rede contra o deputado federal Lúcio Vieira Lima (MDB-BA) no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados.
O parlamentar baiano é investigado por supostos crimes de lavagem de dinheiro e associação criminosa no caso dos R$ 51 milhões encontrados em um apartamento ligado ao seu irmão Geddel Vieira Lima no bairro da Graça, em Salvador.
O colegiado, presidido pelo deputado federal também baiano Elmar Nascimento (DEM), se reúne às 14h30 desta terça-feira (27) para instaurar o processo por suposta quebra de decoro parlamentar do congressista. Na sessão, também deve ser escolido o relator do caso. Na representação, os partidos lembram que Lúcio Vieira, o irmão Geddel e a mãe Marluce teriam se associado para "cometer crimes de ocultação de origem, localização, disposição, movimentação e propriedade de cifras milionárias de dinheiro vivo proveniente de infrações penais anteriores".
Foi citado ainda no texto o caso em que o deputado teria recebido R$ 1,7 milhão da Odebrecht, entre 2010 e 2013, para favorecer a tramitação de projetos de interesse da companhia na Câmara dos Deputados.Outro fato mencionado é suposta apropriação de até 80% dos salários de ao menos dois secretários parlamentares de Lúcio Vieira: Job Ribeiro Brandão e Roberto Suzarte dos Santos. A Procuradoria-Geral da República estima, apontam os partidos na representação, que nos últimos dez anos, Marluce e Lúcio se apropriaram de aproximadamente R$ 2 milhões oriundos da remuneração dos dois assessores

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