A Justiça Federal em Brasília marcou o interrogatório do
ex-ministro Geddel Vieira Lima para a terça-feira (6) da próxima semana. Ele
sairá do presídio da Papuda, a 30 km do centro da capital, escoltado por
policiais, para ser ouvido no processo em que é acusado de obstrução de
Justiça.
Esse é o processo que levou Geddel a ser preso pela primeira
vez, no ano passado. Ele é investigado pela tentativa de atrapalhar a delação
premiada do operador Lucio Funaro, quando ele ainda estava em tratativas com a
Procuradoria Geral da República (PGR).
De acordo com o G1, após o interrogatório de Geddel, o
processo entrará na reta final. Faltarão só as alegações finais do Ministério
Público e da defesa e , a partir daí, o caso já estará pronto para sentença. A
expectativa é que a decisão da Justiça saia ainda em fevereiro .
No mesmo dia da audiência com Geddel, também será ouvido, no
mesmo processo, o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha. Ele é testemunha de
defesa de Geddel.
O depoimento de Padilha foi marcado pela Justiça, apesar de
ele ser ministro e ter prerrogativa de escolher hora e local. É que o juiz
Vallisney de Oliveira, responsável pelo caso, informou que Padilha não
respondeu à soliciação judicial dentro do prazo. Com isso, o juiz aplicou um
entendimento, firmado pelo Supremo Tribunal Federal, de que, nesses casos, a
Justiça pode marcar o depoimento para a data e horário que avaliar como mais
adequados.
Em nota, a defesa de Padilha disse que não comenta o caso
"fora dos autos, em respeito institucional ao Poder Judiciário"..
Histórico
Geddel foi preso nesse processo em julho do ano passado.
Cerca de dez dias depois ele foi solto, por decisão do desembargador Ney Bello,
do Tribunal Regional Federal, em Brasília. Geddel foi preso pela segunda vez em
setembro, no episódio dos R$ 51 milhões encontrados em apartamento em Salvador,
que ficou conhecido como "bunker de Geddel".
Em dezembro, a PGR denunciou Geddel, o deputado federal
Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), irmão dele, e outras quatro pessoas ao Supremo
Tribunal Federal (STF) por lavagem de dinheiro e associação criminosa.
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