Mais uma vez Canavieiras manteve a tradição conduzindo o
Mastro de São Sebastião com festa, fé e devoção. Agora, segundo o legado
cultural, a cidade terá mais um ano de tranquilidade e prosperidade. A Levada
do Mastro de São Sebastião foi realizada nesta quinta-feira (11), saindo do
Cais do Porto, no Sítio Histórico até a Praça da Capelinha, o cortejo com o
Mastro, ou o “Pau de Bastião”, como é comumente chamado pela população,
percorreu as principais ruas da cidade, com muita festa, alegria e devoção.
À frente do cortejo, o Estandarte com a foto de São
Sebastião, seguido do prefeito Dr. Almeida e autoridades políticas. Logo atrás,
uma grande multidão formada pela população e visitantes, por último o Mastro de
São Sebastião, levado nos braços dos “carregadores”.
Enfeitado com folhas de mangues, reza a lenda que às pessoas
de fé bastam retirar uma daquelas folhinhas e guardar na carteira para que não
tenham problemas financeiros durante todo o ano.As folhas também são tidas
como miraculosas e “servem” para curar os mais diversos tipos de males que
acometem os fiéis.
A prefeitura contratou bandas Gero Lima e Toma Swiingão para
animar os festejos, após o mastro ser erguido na Praça da Capelinha.
Atalaia – Nesta sexta-feira (12), festejos a São Sebastião
foram iniciados no bairro da Ilha da Atalaia, com uma celebração eucarística da
palavra na Igreja de Santo Antônio da Atalaia. Em seguida os homens se
dirigiram ao mangue para cortar dois mastros. Diferentemente do que ocorre em
outros locais, na Atalia são hasteados dois mastros: um para os adultos e outro
para as crianças, como manda a tradição. Os mastros são enfeitados e levados
para a Praça da Igreja, onde são erguidos.
Em Canavieiras, a Puxada do Mastro de São Sebastião remonta
um passado de 150 anos, e a festa movimenta milhares de pessoas no cortejo do
Cais do Porto à praça da Capelinha. Em volta do local onde o mastro é fincado
são armadas barracas de comidas e bebidas. Apesar do cortejo da Puxada do
Mastro ser considerada uma festa profana, muitas pessoas a acompanham com o
sentido religioso, além de participarem da novena realizada na Capela de São
Sebastião.
Como tudo começou
A da Puxada do Mastro de São Sebastião começou há cerca de 150 anos, com uma
história de uma família – pai, mãe e um casal de filhos – que veio morar em
Canavieiras. Como não encontrou emprego nas roças de cacau, ele resolveu
procurar uma área para morar, encontrando-a próximo onde hoje é o bairro da
Birindiba.
Na nova casa, mãe e filho foram acometidos pela lepra,
morrendo em seguida. Depois foi a vez do chefe da família, que também contraiu
essa terrível doença, à época tida como sem cura. Numa noite, enquanto a filha
esquentava água para o pai tomar banho teve uma visão. Ela via um homem todo
perfurado por flechas, amarrado a uma árvore, que lhe dizia: “Tire as folhas da
árvore e faça um chá para seu pai beber. Também coloque na água do banho que
ele ficará bom”.
Imediatamente ela contou ao pai e como não sabia qual das
três árvores em frente a casa – amescla, arueira e sete cascos – resolveu
juntar as três e atender ao pedido. Isso era o dia 11 de janeiro e já no dia
20, o pai se levantou da cama e a terrível doença foi erradicada de
Canavieiras, para surpresa da população.
Com saúde, ele arranjou trabalho numa fazenda vizinha e no
dia 11 de janeiro seguinte pediu uma folga ao patrão para pagar a promessa.
Entrou na mata, cortou um pau, ornamentou com folhas e arrastou pelas ruas da
cidade, até as imediações da Capelinha, hasteando o pau. Nos anos seguintes,
ele voltou a realizar a puxada, que se tornou tradição na cidade. Com o passar
do tempo ele comprou a propriedade em que trabalhava e se tornou um próspero
fazendeiro.
Fonte/Costa Sul
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