A Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN), órgão
encarregado de administrar e cobrar débitos com o governo federal, mapeou só
neste ano cerca de 300 mil empresas fantasmas, de acordo com a Época.
As empresas fantasmas são mantidas ativas para desviar
dinheiro devido ao Fisco e encher os bolsos de corruptos. A maioria delas
nasceram somente para servir de fachada para outros negócios. Outras funcionaram
sem pagar impostos, acumularam dívidas e, quando o montante ficou impagável,
foram abandonadas.
Segundo a
Procuradoria, na maior parte dos casos o negócio funciona apenas durante
período suficiente para seus donos transferirem o patrimônio para terceiros ou
laranjas.
Em uma sala comercial no bairro Jardim Armação, em Salvador,
os procuradores mapearam três empresas do deputado João Gualberto Vasconcelos,
do PSDB da Bahia.
São negócios variados, de fabricação de produtos de limpeza,
administração de imóveis e comércio atacadista. Uma delas, a Galileo, deve R$
4,3 milhões ao Fisco e também está na mira da operação de caça aos zumbis. João
Gualberto admite que a Galileo não tem funcionários, que seus ativos foram vendidos e que a
empresa, apesar de ativa na Receita, “não opera nada”. “Ela só administra o
contencioso”, diz.
De acordo com o deputado a investigação à sua empresa a uma
“questão política”. Ele diz que a Galileo atuou por muitos anos no ramo de
supermercados e, em 1999, a operação de suas lojas foi vendida para o grupo
Walmart. “Aqui na Casa (Câmara dos Deputados) tem muito deputado corrupto,
enrolado. Não é o meu caso. Minha empresa é idônea. Todo empresário adora ser
governo. Como não tenho rabo preso e voto contra, a gente sofre essas consequências”,
diz.
Gualberto afirma que sua empresa não pode ser considerada
“fantasma”, nem devedora, muito menos zumbi, porque aderiu ao novo programa de
parcelamento de dívidas oferecido pelo governo federal, o Refis.
O Refis foi aprovado. O deputado e outros 204 parlamentares
foram contra a emenda que proibia que políticos devedores também pudessem se
beneficiar do programa que eles mesmos estavam aprovando. João Gualberto
legislou a favor de si próprio e de sua empresa.
*Época
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