Um vídeo em que um menino de 12 anos aparece beijando seu suposto namorado de 14 anos começou a ser divulgado nas redes sociais durante esta semana. As imagens foram gravadas durante uma festa de aniversário, que teve como tema a cantora Pabllo Vittar. No vídeo ainda é possível ouvir os outros convidados, aparentemente todos adolescentes, cantando músicas de cunho sexual.
(Foto: reprodução/Youtube)
O tema causou polêmica e levantou debates na internet e o Varela Notícias entrou em contato com o Grupo Gay da Bahia (GGB) para conversar sobre o assunto. Por meio de nota, a instituição classificou como criminosa a divulgação do vídeo. “A exploração dessas imagens nas redes, parece ser passível de punição legal a quem fez. As famílias devem acompanhar especialmente para salvaguardar as imagens desses menores, isso para que essas imagens deles não sejam exploradas de forma criminosa para objetivos promocionais de terceiros inescrupulosos que querem vender gato por lebre”, frisou.
O GGB ainda questionou a veracidade do vídeo e afirmou que é preciso ter atenção ao conteúdo que é divulgado na rede, visto que, em alguns casos, situações são “montadas” a fim de “confundir e fazer com que a opinião pública se posicione de forma contrária, ou até mesmo hostil às livres vivências, experiências e expressões do gênero e sexualidade, como em tese, observa-se por meio das imagens dos dois adolescentes”.
“Precisamos ter cautela e cuidado em relação a essas produções nas redes sociais, a divulgação da imagem de crianças e de adolescentes, porque muitas vezes o que tem ocorrido, principalmente nesse momento que surge um discurso tirano de combate ao que maculou-se de “Ideologia de gênero””, alegou.
O presidente do Grupo, Marcelo Ferreira de Cerqueira, ainda questionou o acompanhamento dos pais neste tipo de evento. “É importante que se perceba como os adultos estão sendo colocados, justamente, porque eles, em tese não poderiam ter esse tipo de vivência sem um acompanhamento familiar. É muito importante que a família assuma esse tipo de acompanhamento, em eventos como festas de aniversários”, disse.
Frente a isso, Cerqueira ainda solicitou do Ministério Público do Estado da Bahia a instauração de Ação Civil Pública para que o caso seja investigado e esclarecido.
O VN ainda conversou com a psicopedagoga e professora de psicologia da Universidade do Estado da Bahia, Iris de Sá, que criticou a sexualização precoce dos adolescentes. Segundo a profissional, a falta de adultos no momento da festa é uma questão complicada. “Não é porque teve um beijo gay ou hétero, mesmo que fosse um menino e uma menina, não importa”, garantiu.
Para a profissional, os pais “estão perdendo a autoridade” e isso reflete nas atitudes dos jovens, independente da sua orientação sexual. “Hoje os pais se tornaram permissivos, porque acreditam que o adolescente sabe lidar com a liberdade, quando ainda são dependentes dos pais. São pessoas que ainda não têm uma maturidade. (…) Isso é perigoso. Não tem uma receita [do que é adequado para cada idade], mas eles acabam de sair da terceira infância, a chamada pré-adolescência, e estão na idade ainda de fazerem explorações”, explicou.
Para a psicopedagoga, a mídia também desempenha um papel fundamental na questão da sexualidade precoce, uma vez que expõe públicos diversos a “todo tipo de conteúdo”. “Tem uma idade adequada para esta exploração sexual, independente da orientação sexual ou da experimentação que eles estejam fazendo. Ainda que seja uma experimentação, não é ir direto ao ponto. Eles estão com uma entrada muito precoce na sexualidade”, finalizou.
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