O Ministério Público Federal denunciou Antônio Carlos Araújo
dos Santos, Luzimário da Conceição dos Santos e Gilson Liberato de Mirada por
envolvimento no esquema fraudulento de financiamento do Programa Nacional
Fundiário (PNCF), do Ministério de Desenvolvimento Agrário.
Os três foram denunciados na Justiça Federal pelo procurador
da República André Luiz Batista Neves. Na ação, o procurador afirma que,
através da operação irregular, os três auxiliaram a então presidente da
Associação dos Trabalhadores da Agricultura Familiar Sem Terra, Ana Cecília
Pinheiro da Cunha (falecida), a conseguir financiamento de R$ 1.024.718,52
junto ao Banco do Nordeste.
Segundo o MPF/BA, as irregularidades ocorreram em 2008,
quando Associação dos Trabalhadores decidiu adquirir a Fazenda Bury, em
Una. Foi constatado, conforme denuncia
do procurador, que o engenheiro agrônomo Antônio Carlos Santos subscreveu o laudo de vistoria da fazenda com
dados falsos.
Com base nas informações falsas atestadas pelo engenheiro,
que foi cedido pelo Estado, o Ministério do Desenvolvimento Agrário, por meio
do Banco do Nordeste, concedeu (no dia 2 de setembro de 2008) R$ 594.405,74
para a Associação dos Trabalhadores. Na mesma data foi lavrada a escritura
pública de compra e venda do imóvel.
SEGUNDO EMPRÉSTIMO
O mesmo laudo possibilitou à Associação Agricultura Familiar
Sem Terra a obtenção de um novo financiamento – dessa vez com recursos de
Combate à Pobreza Rural. O contrato de R$ 430.312,78 foi assinado em 12 de
novembro de 2008, na agência do BNB de Ilhéus e deveria ser aplicado na
execução de Subprojetos de Investimentos Comunitários (SIC).
De acordo com a denúncia, os recursos do segundo
financiamento foram sacados integralmente pela então presidente Ana Cecília e
por Luzimário dos Santos, que era tesoureiro da Associação dos Sem Terra.
Porém, os recursos não foram utilizados como previsto.
Para o MPF/BA, a fraude também contou com a participação de
Gilson Liberato de Mirada, servidor público lotado na Coordenação de
Desenvolvimento Agrário (CDA) da Secretaria de Agricultura, Pecuária,
Irrigação, Reforma Agrária, Pesca e Aquicultura no Estado da Bahia CDA. Ele era
responsável pela fiscalização dos investimentos.
Miranda é acusado de emitir laudo falso e atestar a
conclusão de SIC não realizados. Além de prisão para os três, o procurador da
República quer a devolução de R$1.024.718,52, corrigidos monetariamente e
acrescidos dos juros.
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