É comum, em época de eleições, que os meios de comunicação
dediquem-se a publicar matérias sobre as mais variadas fórmulas que o eleitor
deve usar na hora de decidir em quem votar. Todas as ideias são interessantes,
algumas simples, outras nem tanto. Assim, aproveitando a oportunidade, elegemos
alguns critérios que devem ser levados em conta para escolher um candidato.
Primeiramente, o eleitor deve identificar quais valores
julga mais importantes e quais valores quer ver seu representante defender.
Isso é importante porque, geralmente, escolhemos um candidato por afinidade, ou
seja, aquele que tem valores iguais aos nossos.
Em teoria, não há nada de errado nessa escolha, aliás, é
improvável, senão impossível, alguém votar em quem defende valores opostos aos
seus. Contudo, o eleitor deve esforçar-se para escolher candidatos que tenham
preocupações universais, ou seja, preocupações que dizem respeito ou são
aplicáveis a todas as pessoas e não só a um pequeno grupo.
Para saber o que o candidato pensa, o eleitor deve conhecer
a carreira dele, assim como sua atuação profissional, seu histórico de vida,
sua postura ética e sua conduta diante da sociedade. Se o discurso do candidato
não condiz com sua atuação em outros momentos da vida, isso é um indício de que
ele pode estar mentindo.
Em seguida, é preciso analisar suas propostas, o partido ao
qual está filiado e quem são seus correligionários. Além disso, é preciso ver
se suas promessas são viáveis e compatíveis com o cargo que ele pretende
ocupar. Promessas genéricas do tipo “vou criar milhares de empregos” são muito
fáceis de fazer e obviamente são inviáveis de cumprir.
Informação das mais importantes é saber quem são os
financiadores do candidato, pois as pessoas e empresas que financiam as
campanhas eleitorais têm interesses que nem sempre se coadunam com os
interesses da coletividade.
Muito embora não dê para ter certeza de que o candidato mais
preparado cumprirá suas promessas, mesmo que viáveis, é possível reconhecer e
descartar o político falastrão e despreparado.
Para obter informações sobre os candidatos, devemos ficar
atentos a notícias, jornais, revistas, propagandas eleitorais veiculadas no
rádio e na televisão, pesquisas e debates entre os concorrentes. Dessa forma, é
possível saber se o candidato já esteve envolvido em algum escândalo, o que ele
realizou em mandatos anteriores e avaliar suas propostas.
Todos os meios de veiculação de informação são válidos,
contudo, atualmente, a melhor ferramenta para auxiliar o cidadão é a Internet,
pois nada escapa à rede mundial de computadores. Nas páginas dos órgãos do
Legislativo, da Justiça Eleitoral, de algumas ONGs ou simplesmente em sites de
busca, é possível obter informações sobre os candidatos e políticos.
A seguir, alguns dos principais sites que podem auxiliar
nessa pesquisa:
- Justiça Eleitoral – www.tse.jus.br (informações sobre prestação de contas de candidatos, comitês e direção partidários);
- Presidência da República – www.planalto.gov.br (informações sobre os atos do presidente, agenda, notícias, espaço para enviar mensagens);
- Senado Federal – www.senado.gov.br (informações sobre a atuação dos senadores e sobre os projetos de lei);
- Câmara dos Deputados – www.camara.leg.br (informações sobre os deputados federais, atividades legislativas e projetos de lei. Há, inclusive, a opção “Acompanhe o seu deputado” em que o cidadão pode se cadastrar e receber boletins por e-mail);
- ONG Transparência Brasil – www.transparencia.org.br (informações sobre os parlamentares brasileiros);
- Projeto Às Claras – www.asclaras.org.br (informações sobre o financiamento eleitoral destinado aos parlamentares, bem como a quantidade de votos que receberam);
- Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar – www.diap.org.br (informa os sindicatos de trabalhadores e a sociedade sobre os projetos em curso no Congresso Nacional e oferece elementos sobre a atuação parlamentar, contribuindo para que haja transparência e para que o cidadão tenha, afinal, meios de conferir se há coerência entre discurso eleitoral e prática legislativa de cada representante do povo);
- Instituto Ágora – www.institutoagora.org.br (instituto paulista que atua em defesa do eleitor e da cidadania por meio do controle social do parlamento, do investimento em educação e do incentivo à participação política, autônoma e suprapartidária);
- Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral – www.mcce.org.br (O MCCE é integrado por 51 entidades nacionais que atuam em três eixos principais: a fiscalização, que visa assegurar o cumprimento da Lei nº 9.840/1999 e da LC no 135/2010 (Ficha Limpa); a educação, que visa contribuir com a consolidação de uma consciência dos eleitores de que “voto não tem preço, tem consequências”; e o monitoramento das ações do parlamento brasileiro em relação à Lei no 9.840 e à LC no 135/2010, como o controle social do orçamento público e da máquina administrativa.
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