Muitos donos de postos de combustíveis e de distribuidoras
fazem adulterações na gasolina, misturando-a com outros solventes mais baratos,
com a finalidade de lucrar em cima do prejuízo dos proprietários dos veículos.
Um dos solventes utilizados com frequência é o etanol
(álcool). Segundo a a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a porcentagem obrigatória de etanol anidro
combustível que deve ser adicionado na gasolina é de 25%, sendo que a margem de erro é de 1% para
mais ou para menos.
Isso é feito porque o etanol funciona como um antidetonante
da gasolina nessas proporções, ou seja, ele aumenta o seu índice de octanagem,
resistindo a maiores compressões, porque o poder calorífico do etanol é menor.
Além disso, a gasolina com etanol libera menos monóxido de carbono para o meio
ambiente.
No entanto, a adição de etanol à gasolina acima
do limite traz danos ao veículo, por exemplo, o carro começa a falhar, sendo
preciso dar a partida várias vezes para voltar a funcionar, as peças do sistema
de injeção eletrônica são corroídas, além dos outros problemas mostrados no
texto que foi mencionado acima
Para saber se você está sendo enganado ou não, existe um
teste bastante simples que pode ser realizado, chamado de “teste da proveta”.
Veja como é fácil.
Você vai precisar de:
Uma proveta de 100 mL, limpa, seca, desengordurada e com
tampa;
50 mL da gasolina que se deseja analisar;
50 mL de solução de cloreto de sódio (NaCl) na concentração
de 10% p/v, isto é, 100g de sal para cada 1 litro de água (muitas vezes,
utiliza-se apenas água, mas o indicado pela ANP é com a solução aquosa de
cloreto de sódio).
Agora, basta você colocar 50 mL de gasolina na proveta e, em
seguida, adicionar 50 mL da solução de cloreto de sódio. Com a boca tampada,
misture a gasolina e a solução, mas não agite. Faça isso invertendo a proveta
por 10 vezes sucessivas. Deixe em repouso por 15 minutos.
Você notará que a água irá retirar o álcool que estava
misturado na gasolina. Isso acontece porque o etanol possui uma parte polar e
outra apolar, sendo que sua parte apolar é atraída pelas moléculas da gasolina
que também são apolares pela força de dipolo induzido. Mas, a sua parte polar,
caracterizada pela presença do grupo OH é atraída pelas moléculas de água, que
também são polares, realizando ligações de hidrogênio que são bem mais fortes
que as ligações do tipo dipolo induzido.Como a água é mais densa, ela ficará na parte inferior e a
gasolina na parte superior.
Para sabermos então se a quantidade de etanol que tinha na
gasolina estava dentro dos parâmetros estabelecidos por lei, basta ver quanto
de álcool foi retirado dela. Por exemplo, digamos que depois que as camadas se
separaram, o volume da fase aquosa passou de 50 mL para 60 mL e a da gasolina
ficou 40 mL. Então teremos que 10 mL de álcool foram extraídos da
gasolina. Baseado nisso, faz-se a
seguinte regra de três para saber quanto isso representa em porcentagem:
50 mL — 100%
10 mL — x
50 . x = 10 . 100%
x = 1000%/50
x = 20%
Essa gasolina está dentro dos limites.
Você poderá também usar diretamente a seguinte expressão
matemática:
% álcool = Volume do álcool na gasolina . 100%
Volume inicial da gasolina
CAMACAN-Bahia,3283-1870.
Direção: ANTÔNIO MALTA
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