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quinta-feira, 28 de abril de 2016

Liminar afastando prefeito de Itapebi pode ser o começo de uma nova onda no Judiciário baiano?

Liminar afastando prefeito de Itapebi pode ser o começo de uma nova onda no Judiciário baiano?FOTO: GUSTAVO MOREIRA/RADAR64
Quem dera. Prefeitas e prefeitos que se sentem acima da lei devem ficar de olho na nova onda do Judiciário baiano e brasileiro, ainda marcado pela impunidade a políticos, muitos deles blindados pelo inexplicável ‘foro privilegiado’. O jogo pode virar. Não se deve esquecer de que é um juiz de 1ª instância na esfera federal, Sérgio Moro, que está passando a limpo o país com a Operação Lava Jato, com apoio da maioria da população brasileira.
O juiz Roberto Freitas ao afastar o prefeito de Itapebi, por obstrução à Justiça, nesta quarta-feira (27/4), a pedido do Ministério Público, pode estar abrindo caminho para que os demais magistrados tomem a iniciativa de desengavetarem os processos que dormem há anos nas gavetas das comarcas do interior, pedindo punição para gestores e ex-gestores, frustrando, muitas vezes o trabalho de promotores de Justiça.
A corrupção é endêmica na política brasileira e tem raízes e jardim de infância nas administrações municipais, apesar de ocorrer em menor volume financeiro do que nas esferas estadual e federal, mas o Poder Judiciário de 1ª instância pode contribuir de forma relevante para começar a combater o mal pela raiz.Claro que sem o apoio da sociedade e dos eleitores, essa onda não prospera. Não se trata de podar as árvores, mas de cortar o mal pela raiz, aplicando a lei, coibindo o crime, tirando os corruptos do poder (até colocando na cadeia, quando merecerem) e votando consciente.
A decisão cautelar do juiz Roberto Freitas afastando o prefeito de Itapebi do cargo, ainda que deva cair no Tribunal de Justiça dentro de pouco tempo, por conta da engrenagem favorável aos políticos que ainda é regra na Corte (vide o prefeito de Itabela ainda no cargo apesar de duas condenações de 1ª instância) merece ser vista pela sociedade regional como um ato em fina sintonia com o momento político brasileiro. Uma contribuição exemplar no esforço que parte do Judiciário vem fazendo para passar a limpo este país, a começar por onde a caneta alcança.
Destaque-se, claro, o trabalho incansável dos promotores do Ministério Público, estadual e federal, no combate permanente à corrupção e aos malfeitos que causam danos coletivos à sociedade.
Mas, infelizmente, todo esse empenho das autoridades perde a validade quando as urnas elegem ou reelegem corruptos e ervas daninhas para administrar o dinheiro público.Enquanto o poder político for alcançado por meio de compra de votos a democracia brasileira continuará sendo uma farsa encenada pelas instituições a serviço do capital. Podemos mudar isso qualificando o voto. 
Por Geraldinho Alves  

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