Diante das baixas coberturas vacinais,
o Ministério da Saúde inicia no dia 3 de abril uma mobilização para incentivar
a imunização contra o HPV de meninas na faixa etária entre 9 e 13 anos. A meta
é de que pelo menos 80% do público-alvo seja vacinado com o produto, que
protege contra quatro subtipos do vírus (6, 11, 16 e 18) e tem 98% de eficácia.
São duas doses, com intervalo de seis
meses entre a primeira e a segunda aplicação. "Esse é o prazo ideal para
garantir a maior eficácia do esquema. A segunda dose, no entanto, pode ser
tomada até um ano após a primeira aplicação" afirmou a coordenadora do
Programa Nacional de Imunização, Carla Domingues. Quem tomou a primeira dose mas
já passou dos 13 anos, também pode procurar um posto de vacinação.
A segunda dose da vacina pode ser
tomada, de acordo com Carla, até antes de completar 15 anos. As vacinas estão
disponíveis em todas as unidades básicas de saúde. Municípios interessados, no
entanto, poderão também realizar campanhas dentro de escolas, tanto públicas
quanto particulares.
O esquema vacinal mudou. Quando a
vacina havia sido lançada, havia a recomendação para que fossem aplicadas três
doses. "Estudos indicam que duas aplicações são suficientes para proteger
as adolescentes", disse Carla. Atualmente, cerca de cem países usam o
imunizante. Desde que o produto foi lançado, 175 milhões de doses já foram
distribuídas.
Baixa cobertura da vacina
A baixa cobertura vacinal foi
identificada sobretudo no ano passado, com rumores de que a vacina teria graves
efeitos colaterais. "Isso já foi desmentido. Ela é segura, eficaz",
afirmou o secretário de Vigilância em Saúde, Antonio Carlos Nardi.
Ano passado, nenhum Estado atingiu a
meta de cobertura, entre crianças de 9 a 12 anos. No Distrito Federal, apenas
1,73% do público alvo foi imunizado. No Pará, o porcentual foi de 21,79%. A
melhor taxa foi alcançada em São Paulo, mesmo assim, bem abaixo da meta de 80%:
60,53%. A média nacional foi de 43,75%
Além de meninas entre 9 e 13 anos
(incluindo a população indígena), a vacina também deve ser aplicada para grupo
feminino entre 9 e 26 anos com HIV ou aids. Para esse grupo, no entanto, a
indicação é de que a vacina seja aplicada em três doses. A segunda aplicação
deve ser feita após dois meses da primeira aplicação e a última, completando o
ciclo, quatro meses depois.
A vacina deve ser usada somente para
pessoas que nunca se infectaram com HPV. O vírus, transmitido por via sexual ou
da mãe para o bebê, durante o parto, é considerado como um fator de risco para
o câncer de colo de útero, vulvar, vaginal e anal.
Dados da Organização Mundial da Saúde
indicam que 290 milhões de mulheres no mundo têm HPV. Os subtipos de vírus mais
frequentes são os 16 e 18 - que, por sua vez, são considerados como de alto
risco para desenvolvimento do câncer.
A estimativa é de que 16 mil novos
casos de câncer de útero sejam registrados em 2016. Esse é o terceiro tipo de
câncer mais frequente entre mulheres brasileiras.
Estadão
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