Ricardo Noblat

O Palácio da Alvorada, onde a presidente Dilma mora com seus
demônios, teria sido um espaço mais amigável, familiar, para ela receber alguém
com quem se atritou, mas pretende se reconciliar.
Mas, não. Se ela não procede assim nem com os supostos
amigos nos quais confia, quanto mais com alguém que acusa de conspirar por sua
queda. Dilma não consegue, sequer, manter as aparências.
Ela e o vice-presidente Michel Temer haviam treinado
bastante que diriam um para o outro. Dilma foi fria. Temer, pomposo, solene. A
intimidade ficou de fora. Foi “senhora presidente” para cá, “senhor
vice-presidente” para lá.
Temer pareceu mais desenvolto. Deixou claro que não
trabalhará pelo impeachment, nem contra ele – notícia já esperada por Dilma. E
pediu que o governo não se metesse nos problemas do PMDB, que o PMDB é com ele.
O pedido não será atendido.
Ontem mesmo, Jaques Wagner, chefe da Casa Civil, conversou
com governadores que poderão ajudar a inflar a bancada de deputados federais do
PMDB, de modo a que o ex-líder Picciani reconquiste a maioria dos voto para ser
reempossado na função.
O novo líder, Leonardo Quintão (PMDB-MG), é ligado a Eduardo
Cunha e a Temer. E, ontem, foi reverenciá-lo no Palácio do Jaburu.
A romaria ao Jaburu só faz crescer. Senadores que lá
estiveram saíram surpresos com a disposição de Temer para governar caso Dilma
seja impedida.
Temer guarda uma bala de prata para disparar em caso
extremo: em março ou abril, o PMDB realizará seu Congresso.
Não haveria melhor ocasião para o partido romper com o PT e
com Dilma.
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