São Paulo - Um dia
depois da decisão do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), pelo
acolhimento do pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff, o PT e os
movimentos de rua anti-Dilma decidiram voltar a disputar o protagonismo nas
ruas em manifestações por objetivos distintos.
De um lado, aliados da presidente vão defender o mandato e
"a democracia contra o golpe" e, de outro, grupos defenderão o
impedimento da presidente.
Na próxima segunda-feira, dia 7, dirigentes do PT, de
partidos e movimentos sociais aliados se reúnem no centro de São Paulo para
traçar a estratégia de mobilização nacional em defesa "da
democracia".
A reunião, de acordo com o presidente nacional do PT, Rui
Falcão, foi convocada pela CUT (Central Única dos Trabalhadores) e contará com
a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
"O que está em jogo agora é a democracia do país, que
foi conquistada duramente", disse Falcão.
Já os grupos pró-impeachment definiram nesta quinta-feira,
3, a data para a próxima manifestação. Será no próximo dia 13, na Avenida
Paulista, em São Paulo. "No dia 13 faremos um 'esquenta' e anunciaremos a
próxima grande manifestação", diz Renan Santos, porta-voz do Movimento
Brasil Livre.
A data foi definida em reunião em que estiveram presentes os
representantes das principais organizações responsáveis pelas manifestações de
maio, junho e agosto, que levou às ruas milhões de pessoas em diversas cidades
brasileiras.
Os grupos aguardam uma decisão dos deputados sobre o
adiamento ou a manutenção do recesso parlamentar para definir a data.
"Nosso plano era ter uma ação mais gradativa, mas agora
aceleramos o processo", afirma Rogério Chequer, do Vem Pra Rua.
Na Câmara, líderes oposicionistas consideram as mobilizações
de rua fundamentais para o processo. "É preciso pressão popular para que o
impeachment avance", pontua o deputado Mendonça Filho (PE), líder do DEM
na Câmara.
"Vamos mobilizar o movimento sindical. Também vamos
mobilizar artistas, celebridades e jogadores de futebol", disse Paulinho
da Força (SD-SP), um dos principais aliados de Cunha na Casa.
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