O ministro das Comunicações, André Figueiredo, assinou nesta
terça-feira (24) a portaria que estabelece os valores da migração das rádios AM
para a faixa de FM, que variam de R$ 8,4 mil, para emissoras em municípios de
até 10 mil habitantes, a R$ 4,4 milhões, para radiodifusoras da região
metropolitana de São Paulo. A solenidade, realizada no Palácio do Planalto,
teve a participação da presidenta Dilma Rousseff, de parlamentares e de representantes
das empresas de radiodifusão. O documento será publicado nesta quarta-feira
(25), no Diário Oficial da União.
A presidente Dilma Rousseff ressaltou que a portaria atende
a uma demanda do setor de radiodifusão, que o governo federal começou a atender
em 2013, com o decreto presidencial nº 8.139, relativo à permissão de migração.
Rousseff enfatizou que o processo foi feito com diálogo e vai garantir a
sustentabilidade econômica e a melhoria da qualidade da transmissão das rádios.
"As emissoras AM são um patrimônio de integração que merece ser
fortalecido."
André Figueiredo enfatizou que os valores estabelecidos na
portaria são justos e foram definidos em uma ampla negociação com o setor. Ele
destacou ainda que a elaboração da tabela levou em consideração indicadores
econômicos dos municípios - como PIB, renda e consumo -, além do alcance das
rádios junto à população.
Para fazer a alteração de faixa, os radiodifusores terão de
arcar com os custos referentes à diferença entre as outorgas de AM e de FM.
Além disso, será necessário adquirir equipamentos para a transmissão do novo
sinal.
A portaria do Ministério das Comunicações (MC) traz uma
tabela com os valores, baseados em critérios como população e índices
econômicos do município em que a emissora está localizada, além do alcance (os
dados utilizados para definir a categoria de cada cidade podem ser vistos neste
arquivo). Com base nisso, o ministro André Figueiredo exemplificou que o custo
mínimo para a transição da outorga vai variar de R$ 8,4 mil, de emissoras em
municípios de até 10 mil habitantes, a R$ 4,4 milhões, com radiodifusoras da
região metropolitana de São Paulo.
Empenho
O presidente da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio
e Televisão (Abert), Daniel Slaviero, reconheceu o empenho do ministro das
Comunicações para viabilizar o processo das AMs. Para ele, a mudança para o FM
é o acontecimento mais relevante para o rádio nos últimos 50 anos. "É no
FM que haverá a transição para o futuro, por meio dos smartphones e
tablets."
Segundo o presidente da Associação Brasileira de Rádio e
Televisão (Abratel), Luiz Claudio Costa, a atuação do ministério garantiu a
celeridade do processo e cumprimento o decreto de 2013, que autorizou a mudança
de faixa das AMs. "É um dia histórico para a população que tem um rádio, o
veículo de comunicação mais popular. Agora, ele se torna mais
democrático".
Com a medida, as rádios que, hoje, operam como AM, terão a
oportunidade de modernizar a estrutura de transmissão e ampliar seu alcance.
Isso porque essa faixa enfrenta interferências, o que prejudica a qualidade da
transmissão que chega à população. Essas emissoras também não podem ser
sintonizadas por dispositivos móveis, como celulares e tablets.
Atualmente, 1.781 emissoras estão na frequência de AM em
todo o Brasil, sendo divididas de acordo com o alcance: local, regional ou
nacional. Ao todo, 1.386 pediram a mudança de faixa e 949 rádios já poderão
fazer a migração em 2016. No entanto, 437 emissoras terão de aguardar a
liberação do espaço que vai ocorrer com a digitalização da TV no país. Para
isso, os canais 5 e 6, que, hoje, são ocupados por canais de TV analógicos,
serão desocupados e destinados à FM.
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