Na manhã desta sexta-feira (1º), em que se comemora o Dia do Trabalhador, o apresentador Raimundo Varela fez um desabafo sobre as condições trabalhistas no país. Varela comentou, durante o programa Balanço Geral, a respeito da remuneração da produtividade e também comentou sobre a negativa da presidente Dilma em fazer o tradicional pronunciamento do feriado do trabalho.
Confira a íntegra do comentário do apresentador:
“O trabalhador brasileiro já vive muitos anos e anos na escravidão. Nós abolimos a escravidão, mas o trabalho escravo nós não conseguimos acabar nesse país. Eu gostaria também de falar sobre os perigos e as vantagens da terceirização. Desde 1990 que eu tenho uma bandeira aqui na mão, a relação trabalhista da remuneração da produtividade. Esse país precisa amadurecer nessa relação. Quem trabalha mais, produz mais, tem que ganhar mais. Mas o Brasil tem medo disso.
Todo o ano a presidente fala para o trabalhador. Muda alguma coisa? Aumenta o salário? Acaba com a inflação? Melhora a qualidade de vida da gente? Tem saúde para todos? Tem segurança? Então esqueça, é melhor não falar nada. Quem não tem nada a oferecer, ficar calado é melhor. Minha opinião está aí. Para quê? Todo dia 1º de Maio tem esse ‘blábláblá’, não muda na vida do trabalhador.
Um país que tinha escravidão, que levou um século para resolver. Primeiro veio a Lei do Ventre Livre, a mulher escrava paria, mas ficava ela na senzala, e o menino vai para onde? Depois criaram a Lei do Sexagenário, o cara com 60 anos estava livre. Para fazer o quê? Velho, acabado, torturado, chicoteado, chibatado. O Brasil tem história ruim com essa relação trabalhista. Não conseguiram amadurecer ainda.
Nós não temos nada que comemorar. O trabalhador não tem que comemorar, nem tem que ouvir bobagens. O Brasil tem medo da relação da remuneração da produtividade. No comércio sua loja vende mil camisas? Eu vou ser vendedor de sua loja, vou vender R$ 5 mil, mas quero participar disso. Remunerar a produtividade e não esses parasitas.
Os caras de Brasília estão tudo com ‘zigzira’, não fazem nada, verdadeiros sanguessugas chupando o sangue da gente, estourando o governo. Chega! Tem que mudar esse país. É muita conversa, muito lero-lero. Você vê a relação do que eles estavam discutindo no congresso, é coisa de patrão. Quem financia, de cada dez políticos de Brasília, o poder econômico desse país financia nove. O povo lá não tem voz nem vez.”
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