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segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

2016 não está longe, já começou

2016 não está longe, já começou
Muitos acham que só se deve tratar de eleições municipais no ano que vem. Grande equívoco. 2016 já começou. E pra valer.
Não existe nenhuma precipitação do processo eleitoral acontecendo em lugar nenhum. O sistema político brasileiro é que exige dos políticos pensar o tempo todo na próxima eleição, pois a cada dois anos temos uma. O político que disser que não está pensando na próxima eleição está, no mínimo, escondendo o jogo.
Com um intervalo tão curto entre um pleito e outro, sobra pouco tempo de refresco, pois logo já se deve pensar na construção dos arranjos eleitorais e partidários, nos futuros os cabos eleitorais e nas as costuras políticas de praxe.
Na política também vale a máxima do mundo dos negócios onde o rápido engole o lerdo, frase do bilionário da informática Bill Gates. O Congresso discute a unificação das eleições, com o fim da reeleição, ampliando os mandatos dos atuais eleitos por mais dois anos.
Mas, o fim da reeleição atingiria os parlamentares ou somente executivos – prefeitos, governadores e presidente? Quem vai querer a responsabilidade de governar um município, um estado ou o país não tendo a oportunidade de continuar ao menos mais um mandato como tiveram FHC, Lula, Wagner e Dilma? E qual político vai querer gastar uma fortuna pra se eleger limitado a um mandato sem direito a reeleição?
O cargo executivo exige do político visão de futuro, tempo para realizar as obras essenciais e implantar as políticas públicas necessárias. Para um prefeito, por exemplo, quatro anos passam rápido demais e não dá tempo de quase nada, senão concluir obras deixadas pelo antecessor e começar outras que serão herdadas pelo sucessor.
POLÍTICA PODE PIORAR - Com o fim da reeleição o tempo da política também será alterado.O zelo pelo dinheiro público vai diminuir ainda mais, afinal, não se fará mais carreira na política submetida à aprovação popular a cada dois anos. Teremos políticos de um mandato só, ou seja, prefeitos indiferentes, governadores irresponsáveis e presidentes que estarão se lixando para o futuro do país e para opinião pública.
Claro que o discurso do fim da reeleição é pura retórica. Nem mesmo o eleitor quer isso. O mercado eleitoral movimenta bilhões de reais a cada dois anos, mudar por que? Porque o sistema de financiamento de campanha terá de ser refeito? A discussão está longe de acabar, enquanto isso, 2016 bate à porta de prefeitos e vereadores. E de seus futuros adversários.
Por Geraldinho Alves  

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