Muitos acham que só se deve tratar de eleições municipais no ano que vem. Grande equívoco. 2016 já começou. E pra valer.
Não existe nenhuma precipitação do processo eleitoral acontecendo em lugar nenhum. O sistema político brasileiro é que exige dos políticos pensar o tempo todo na próxima eleição, pois a cada dois anos temos uma. O político que disser que não está pensando na próxima eleição está, no mínimo, escondendo o jogo.
Com um intervalo tão curto entre um pleito e outro, sobra pouco tempo de refresco, pois logo já se deve pensar na construção dos arranjos eleitorais e partidários, nos futuros os cabos eleitorais e nas as costuras políticas de praxe.
Na política também vale a máxima do mundo dos negócios onde o rápido engole o lerdo, frase do bilionário da informática Bill Gates. O Congresso discute a unificação das eleições, com o fim da reeleição, ampliando os mandatos dos atuais eleitos por mais dois anos.
Mas, o fim da reeleição atingiria os parlamentares ou somente executivos – prefeitos, governadores e presidente? Quem vai querer a responsabilidade de governar um município, um estado ou o país não tendo a oportunidade de continuar ao menos mais um mandato como tiveram FHC, Lula, Wagner e Dilma? E qual político vai querer gastar uma fortuna pra se eleger limitado a um mandato sem direito a reeleição?
O cargo executivo exige do político visão de futuro, tempo para realizar as obras essenciais e implantar as políticas públicas necessárias. Para um prefeito, por exemplo, quatro anos passam rápido demais e não dá tempo de quase nada, senão concluir obras deixadas pelo antecessor e começar outras que serão herdadas pelo sucessor.
POLÍTICA PODE PIORAR - Com o fim da reeleição o tempo da política também será alterado.O zelo pelo dinheiro público vai diminuir ainda mais, afinal, não se fará mais carreira na política submetida à aprovação popular a cada dois anos. Teremos políticos de um mandato só, ou seja, prefeitos indiferentes, governadores irresponsáveis e presidentes que estarão se lixando para o futuro do país e para opinião pública.
Claro que o discurso do fim da reeleição é pura retórica. Nem mesmo o eleitor quer isso. O mercado eleitoral movimenta bilhões de reais a cada dois anos, mudar por que? Porque o sistema de financiamento de campanha terá de ser refeito? A discussão está longe de acabar, enquanto isso, 2016 bate à porta de prefeitos e vereadores. E de seus futuros adversários.
Por Geraldinho Alves
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