sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Milhares de pacientes esperam um doador de medula. Por que não ajudar?

Milhares de pacientes esperam um doador de medula. Por que não ajudar?
Foto: Reprodução/Hemoba
O drama vivido pela família do médico Aldo do Vale é um exemplo do sofrimento encontrado por muitas famílias na busca de um doador compatível de medula óssea. "Tenho uma sobrinha que está com leucemia e necessita realizar um transplante de medula óssea. Os exames já foram feitos e mostraram não haver compatibilidade com os irmãos", conta Vale. 

 A sobrinha, que também é médica e tem dois filhos, ocupa um lugar na fila de espera e aguarda que um doador inscrito no Cadastro Nacional de Doadores de Medula seja compatível. O caso da médica retrata o drama vivido por milhares de pessoas em Salvador e nas grandes cidades brasileiras. De acordo com dados da Fundação de Hematologia da Bahia (Hemoba), um dos maiores problemas é a dificuldade de encontrar um doador compatível, já que a chance média é de uma em 100 mil. 

"Existem pessoas que deixam de produzir as células do sangue ou mesmo a produzem de forma errada, levando a doenças tipo leucemia, aplasia. Essas pessoas podem ser salvas através do transplante de medula. Esse exame de compatibilidade, normalmente, se forem pessoas que não tenham um grau de parentesco, é de 1 para 100 mil. É muito difícil encontrar um doador", explica a hemoterapeuta do Hemoba, Deise Gomes. 

Segundo o Instituto Nacional do Câncer, em novembro de 2014 o banco de doadores tinha 3,5 milhões de inscritos. Apesar de expressivo, o número ainda é baixo tendo como parâmetro a dificuldade de encontrar um doador compatível. Para que seja avaliada a compatibilidade, é preciso ceder uma pequena quantidade de sangue e preencher uma ficha com dados pessoais. As características genéticas do sangue são examinadas e, caso haja uma pessoa compatível, o doador é chamado para extrair o material.

Processo é simples e não causa dor 
 De acordo com o Hemoba, o procedimento para a realizar a doação não dói, já que é utilizada uma anestesia local para garantir o conforto do doador. "O procedimento de doação de medula óssea é feito através de punções no osso da bacia, com o doador anestesiado. A medula doada se recompõe em 15 dias aproximadamente. Após uma semana, o doador já pode retomar suas atividades normalmente", explica a instituição. "Feito esse teste, a pessoa vai ser inscrita no registro de regulação de medula óssea, que é uma lista nacional, e eles vão ver se tem alguém que tenha a mesma compatibilidade. Havendo alguém igual a ele, essa pessoa vai ser chamada para fazer testes mais específicos e poderá ou não realizar a doação", explica a médica do Hemoba.

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