A Capitania dos Portos e a polícia civil em Ilhéus investigam um acidente ocorrido em alto mar, a quinze milhas da costa de Canavieiras, no sul da Bahia, no último final de semana. O veleiro Tugela, das Ilhas Cayman, colidiu frontalmente contra o barco pesqueiro Dona Paula, de Canavieiras.
A pequena embarcação afundou e os cinco tripulantes ficaram a deriva por aproximadamente duas horas. O comandante do veleiro foi ouvido e confessou que não prestou socorro aos pescadores. O Tugela está retido na Marina da Glória, no Rio de Janeiro.
Os pescadores conseguiram sobreviver porque a embarcação afundou completamente cerca de duas horas após a colisão. Eles sobreviveram agarrando-se a destroços da embarcação (“folha de eternit, isopor”) e tendo, momentos depois, o socorro do barco Deus é Fiel, de Vitória, do Espírito Santo.
A pequena embarcação pertencia a José Paulo Sobrinho, de 70 anos, pescador aposentado. Era registrada na Capitania dos Portos. “Meu barco era todo equipado”, disse José Paulo ao PIMENTA.
A embarcação de Canavieiras era comandada por Egildo Aureliano dos Santos, experiente em navegação em alto mar. Segundo ele, os tripulantes foram despertados com a proximidade do veleiro uruguaio, por volta de uma e meia da manhã do último domingo (12).
“Quando avistamos o veleiro, ainda funcionei o motor, mandei destravar o leme, mas não deu tempo”, lembrou Egildo em entrevista ao PIMENTA. A providência tomada foi “alarmar” pelo rádio, pedindo socorro.
A ajuda chegou cerca de uma hora depois. O barco Deus é Fiel, do Espírito Santo, atendeu ao chamado e o seu comandante disse que estava próximo. Havia passado pela embarcação Dona Paulo momentos antes da colisão.
Apesar dos estragos provocados, a tripulação que provocou a colisão não socorreu os pescadores, conforme Egildo. “O veleiro não deu socorro a gente. Soltamos dois tripulantes em um bote, mas eles só fizeram iluminar com lanternas. Nada de socorro”, disse. “Como não deram socorro, os dois tripulantes retornaram”.
Os reservatórios de combustível retardaram o naufrágio do Dona Paula, segundo Egildo. “Foi Deus mesmo, pois ninguém entrou em pânico. Foi milagre de Deus mesmo. Sou um servo de Deus”, afirma, emocionado.
Egildo disse que estava dormindo e quando acordou já avistou a embarcação. “No instante que [o veleiro] passou pela embarcação, não vinha ninguém no convés. O farol de viagem deles estava tudo apagado”, afirmou.
Conhecido como Dida, o pescador ainda afirma que o socorro foi facilitado pelas luzes do Dona Paula. “Continuaram acesas [até depois do socorro]. Enquanto estávamos lá nas proximidades, a embarcação cheia d´água, mas as luzes acesas. Se não fosse Deus, todos tinham morrido”.
A Capitania dos Portos de Ilhéus informou que o veleiro está inscrito nas Ilhas Cayman. A embarcação de grande porte pertence a Nicola Gonzales Cuadrado, do Uruguai.
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