Aos 27 anos, a
soldado da PM Alda Rafael Castilho era o orgulho da família e a realização de
um sonho. Era a primeira de um lar humilde da Baixada Fluminense que estava
cursando o ensino superior (fazia psicologia) e tinha uma carreira promissora
pela frente.
No último domingo, ela morreu com um tiro, durante um ataque de
bandidos à sede da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Parque Proletário,
no Complexo do Alemão. Se a dor da perda é devastadora, a falta de indignação
da sociedade tem abalado ainda mais a família. Principalmente a mãe da PM, a
empregada doméstica Maria Rosalina Rafael Castilho, de 59 anos. Ela se queixa
de não ter sido procurada por nenhuma ONG ligada aos direitos humanos.
— Se eu fosse mãe
de bandido, as ONGs teriam me procurado imediatamente. Parece que eles (os
bandidos) têm mais valor. Mas a minha filha era uma cidadã honesta, que saía
todo dia às 4h30m para trabalhar, estudava e sonhava em ser psicóloga da PM —
reclama Maria Rosalina.
José Júnior:
passividade vergonhosa
O coordenador do
grupo AfroReggae, José Júnior, que sempre denunciou abusos cometidos por
policiais, também reclamou da falta de indignação.
— Por ela ser uma
policial, ninguém se indignou. Mas, se ela não fosse policial e estivesse num
bar em frente, a repercussão do caso teria sido outra — diz José Júnior. — Não
vi as pessoas das ONGs falarem da morte da policial. Ninguém da área dos
direitos humanos se manifestou.
Num post de grande
repercussão na internet, ele escreveu: “Só vi a polícia e o secretário de
Segurança se manifestando. Todos nós nos calamos. Eu acho que ninguém merece
morrer. A nossa passividade em aceitar essas baixas é vergonhosa”.
A morte da policial
abalou toda a família. Depois de Maria Rosalina fazer um apelo, a PM mandou
psicólogos ontem pela manhã para atender parentes de Alda Castilho. Um deles é
Andressa, de 8 anos, sobrinha da soldado. (O Globo)
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