Para pagar promessa, o deputado Vicentinho faz seu jogging
no interior do Rio Grande do Norte. Como agora o ex-modesto operário
é alta autoridade, foi escoltado por viaturas da Polícia Rodoviária Federal e
da Polícia Militar estadual (Foto: Nelder Medeiros)
Viva o dinheiro público! O deputado Vicentinho (SP), atual
líder do PT na Câmara dos Deputados, resolveu pagar promessa ao pai já
falecido, Francisco Germano da Silva, e fazer jogging às margens da
rodovia BR-226, ao longo dos 28 quilômetros que separam Currais Novos e Acari,
em seu Rio Grande do Norte Natal.
Vicentinho se orgulha de sua origem modesta, de ter começado
do zero — foi vendedor de pães, trabalhador rural, operário de picareta na mão
e lavador de carros, mas chegou, como operário qualificado, a presidente do
Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e da CUT, tornou-se deputado federal e
estudou até formar-se em Direito.
Contudo, o vírus do poder, pelo jeito, contaminou
Vicentinho. Para essa mera corrida, agora que é líder do PT na Câmara dos
Deputados, havia, para sua segurança pessoal, duas viaturas da Polícia
Rodoviária Federal e outra, da Polícia Militar potiguar.
Sendo honeste com os leitores, não consegui apurar se
Vicentinho SOLICITOU a escolta, ou se ela lhe foi concedida por alguma
autoridade federal (no caso da Polícia Rodoviária) ou estadual (no da Polícia
Militar).
Mas, vejam só:
1. É O FIM DA PICADA se Vicentinho houver SOLICITADO a
escolta. Santo Deus, quem ele pensa que é? O papa? E tem medo do quê?
1. É O FIM DA PICADA, embora menos grave, se
Vicentinho, mesmo sem haver solicitado, TENHA ACEITO a escolta. Escolta pra
quê? Medo de quem? Para proteger alguém correndo no acostamento de uma rodovia?
Milhares de brasileiros comuns fazem isso, tomando cuidado para não perturbar o
trânsito e para não sofrer acidentes.
Se este for o caso, por que Vicentinho acha que é diferente
dos outros?
O deputado, segundo seu perfil oficial na Câmara, nasceu em
Santa Cruz, cidade próxima a Acari, onde viveu parte de sua juventude.
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