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segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Jovem morto na Espanha foi seduzido por padre e acabou escravo sexual

                        ODYCLEIDSON MORAES do NASCIMENTO

Um padre espanhol curtindo o Carnaval de Salvador, um jovem homossexual cheio de sonhos e um esquema internacional de tráfico de pessoas para serviços sexuais na Espanha. Para o presidente do Grupo Gay da Bahia, Marcelo Cerqueira, esses foram os ingredientes que culminaram na morte de Odycleidson Moraes do Nascimento, 22 anos, há um mês, naquele país.
Na época, falou-se que Kekeo Moraes, como era conhecido, teria morrido ao tentar separar a briga do padre Jaume Reixach com um filipino que teria ido à Espanha há 18 anos, com a ajuda do pároco. Mas Cerqueira acredita que ainda há muitos detalhes ocultos na história.

"Fontes seguras me contaram que Kekeo conheceu o padre no Carnaval de Salvador, há uns cinco anos, quando ele ainda era menor de idade", contou. Segundo Cerqueira, os dois saíram da festa, beberam, fizeram sexo e continuaram se correspondendo. Quando completou 18 anos, iludido com as promessas de uma vida melhor, Kekeo pegou um avião e, custeado pelo padre, seguiu para a Espanha. 

                 MARCELO CERQUEIRA,Presidente Grupo Gay da Bahia

Chegando lá, no entanto, percebeu que havia sido vítima de um esquema internacional de tráfico de pessoas, e passou a ser explorado sexualmente. "A Espanha é a maior rota de prostitutição masculina. Eles são consumidores desse tipo de serviço", contou o líder gay.

Marcelo Cerqueira cobrou uma investigação melhor do caso, já que, segundo ele, o padre estaria usando a batina para destruir a vida de jovens de outros países. "Como ele, outros jovens somem de uma hora para outra. São traficados, estão vivendo como escravos sexuais", denunciou. Cerqueira também prometeu reunir esforços para que a verdade seja descoberta e se solidarizou com a família da vítima. 

Mais cedo, em seu facebook, a mãe do jovem morto fez um desabafo:


"Hoje completa 30dias q meu filho foi morto, e não vir o corpo dele ainda isso é deshumano, e não sei até quando vai dura essa ausencia da justica estou no mesmo sofrimento de quando cheguei aqui (Blanes Españha), só Desus com sua infinita misericordia para entrar com providencia... Esperando no Senhor!!!!" (sic), escreveu Maria Cristina Moraes, 40 anos.

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