segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Amigo secreto: aborrecimento ou diversão?

Fim de ano, bazares, listas de presentes, festas de confraternização e o famoso amigo secreto. Tem quem adore, tem quem deteste. Eu confesso: sou do primeiro time, mas quando meus filhos nasceram tive de fazer algumas adaptações no esquema da brincadeira, pra as crianças não se frustrarem e também pra não causar um rombo no orçamento doméstico, pois quatro presentes a cada amigo secreto que participamos, nem se fôssemos a fábrica de Papai Noel!- disse Adriana Teixeira(Blogueira)

No começo, quando o primogênito era bebê, não fazia diferença. O João era praticamente o único filho entre os casais de amigos e o primeiro neto, sobrinho, primo etc. Então, saímos das festas felizes pelos dois presentes ganhos – Paulo e eu – e ainda carregados de agradinhos pra o filhote. Mas aí as famílias dos amigos foram crescendo e, proporcionalmente, minguando o hábito de levar presentinhos pra os filhos. Totalmente aceitável. Em família, contudo, continuava a tradição... até que percebi a injustiça. Meus sobrinhos, marmanjos, ganhando só o presente do amigo secreto e gastando com a penca de priminhos!

Sim, sim, o que importa é a festa, a família reunida, estarmos felizes... mas, vá explicar a uma criança acostumada a ganhar um saco de presentes que agora ela irá receber só o do amigo secreto! Pior, vai explicar que é preciso guardar um segredo até o Natal! Definitivamente, amigo secreto e criança pequena não combinam! Pelo menos aqui em casa não deu certo: os primos menores protestaram o privilégio do João, primo mais velho, que usufruiu do título de única criança da família e ganhou vários presentes em vários natais. A solução foi onerar os pais mesmo, responsáveis por “encher o saco” de Papai Noel para seu respectivo rebento. Se na festa familiar não rola, por outro lado o amigo secreto é a salvação de muitas famílias para as festas entre amigos. Otimiza o gastoper capita, porque dá pra comprar um presente bacana para a pessoa tirada e, na mesma medida, ganhar um presente bacana também. E aí todo mundo se daria bem, certo? Bom, depende. A chance de o amigo secreto dar errado entre colegas é muito maior do que em família – pelo menos é o que acontece comigo. Poucas vezes meus amigos solteirões convictos acertaram brinquedos para meus filhos, que tiveram de ser trocados com algum constrangimento, já que, invariavelmente, no encontro seguinte, eles perguntam do presente e, incontrolavelmente, meus filhos deduram o ocorrido. A solução foi fazer um amigo secreto dentro de outro, ou seja: crianças só tiram crianças. Ficou mais monótono, mas, desde então, nenhuma criança sai aborrecida da festa. A rotina, por sinal, é um dos inimigos do amigo secreto. Todo ano, a mesma cena, lá na frente da galera a cantilena “meu amigo secreto é...” Já tentamos, uma vez, mudar para a versão amigo ladrão, em que o sorteio é feito na hora e as pessoas podem “roubar” os presentes entre si. Saiu-se da rotina, mas a brincadeira não foi aprovada (pelos adultos, que ficam magoados com a troca, porque as crianças riram bastante....outra crítica pertinente é que a brincadeira deixa o Natal muito comercial. Contra isso, na escola da minha filha, só é permitido distribuir usados: brinquedos, dvds e roupas em bom estado, que podem deixar o amigo feliz. A terceira queixa comum da brincadeira é a dificuldade em reunir todo mundo pra o sorteio. Mas para isso, a tecnologia já contribuiu com os sites de gerenciamento – tornou o amigo secreto mais frio, é verdade, mas acabou com as indiscretas suspeitas de troca entre os sorteados: não gostou de quem tirou, azar, porque o site conta ao final da brincadeira e todo mundo fica sabendo da troca!

Por essas e outras é que todo ano prometo pra mim que amigo secreto nunca mais! Mas aí, vai chegando esta época, os amigos se organizam, aperta a vontade de estar junto mais uma vez no ano, a grana fica apertada... quase amoleço de novo! Este ano, teve até torcida: meu filho, adolescente, nem aí pra as festas em família, me perguntou, há dois dias, se por acaso não ia ter amigo secreto este ano – “é tradição, mãe”. Comovi. Afinal, é disso que fala esta época do ano, não? Do espírito de querer estar junto de quem se gosta. Então, lá vamos nós, outra vez, aos sorteios.... E você, o que pensa dessa brincadeira? Seus filhos participam? Tem histórias pra contar?

0 comentários:

Postar um comentário

Regras do site:
Não serão aceitos comentários que:

1. Sejam agressivos ou ofensivos, mesmo que de um comentarista para outro; ou contenham palavrões, insultos;
2. Não tenham relação com a nota publicada pelo Site.
Atenção: só serão disponibilizados no site os comentários que respeitarem as regras acima expostas.
3.Aviso: Os comentários são de responsabilidade dos autores e não representam a opinião do Blog Paulo José.

É LEI NO BRASIL – Todo jornalista tem o direito constitucional de revelar denúncias recebidas de fontes anônimas e manter o sigilo sobre elas.