Bancários de todo o país rejeitaram nesta segunda (7) a
contraproposta apresentada sexta-feira (4) pela Federação Nacional dos Bancos
(Fenaban) e decidiram continuar em greve. A proposta da Fenaban, que elevou o
reajuste de 6,1% para 7,1%, foi considerada “melhoria irrisória” pelo Comando
Nacional dos Bancários, que orientou as federações e sindicatos a rejeitar o
ganho salarial de 0,97% – parcela acima da inflação de 6,1% acumulada nos
últimos 12 meses.
Os bancários pedem reajuste de 11,93% (aumento real de 5%) e valorização
do piso salarial e dos vales refeição e alimentação, entre outros benefícios.
No início da noite, a Confederação Nacional dos Trabalhadores do
Ramo Financeiro (Contraf) divulgou nota destacando a participação “massiva” de
trabalhadores nas assembleias de hoje, que rejeitaram a proposta da Fenaban.
Segundo os bancários, nesta segunda-feira 11.717 agências e centros
administrativos de bancos públicos e privados foram paralisados em todo o país.
A greve completa 20 dias amanhã (8).
Procurada pela Agência Brasil, a Fenaban não se manifestou sobre a
rejeição da contraproposta, nem sobre a continuidade da mobilização dos
bancários. O presidente da Contraf, Carlos Cordeiro, ressaltou, porém, que nas
assembleias de hoje os bancários deixaram claro mais uma vez aos banqueiros que
“não aceitam uma proposta rebaixada, absolutamente incompatível com a
rentabilidade do sistema financeiro, com o aumento da produtividade dos
trabalhadores do setor e com o lucro astronômico dos bancos”.
Os efeitos da greve já aparecem no mercado financeiro. O Indicador
Serasa Experian informou que o número de pessoas em busca de crédito diminuiu
9,8% em setembro, em comparação com o total de agosto, em razão da greve
iniciada dia 19 do mês passado. A Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas
estima perdas significativas nas vendas do comércio, em níveis até 30%, em
regiões como o Nordeste, onde o uso de dinheiro no varejo é mais intenso.
O Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região informou
que 608 locais de trabalho da base da entidade estão parados e que cerca de 32
mil trabalhadores estejam em greve.
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