A decisão da
ex-senadora Marina Silva de se filiar ao PSB decepciona seus simpatizantes e
prejudica suas pretensões políticas, avaliam especialistas consultados pelo iG
. A decepção pode ser ainda maior se ela aceitar a proposta de ficar com a vaga
de vice em uma chapa encabeçada por Eduardo Campos, presidente do partido e
governador de Pernambuco, na disputa à Presidência em 2014.
Ao se filiar ao PSB
neste sábado, Marina descartou concorrer ao Planalto , disse que o partido já
tem uma candidatura "posta" e declarou apoio a Campos, tratado como
presidenciável no evento. A ex-senadora, no entanto, evitou falar sobre a vice.
“Essa decisão é uma
surpresa, principalmente porque o PSB está distante do discurso ideológico que
a Rede Sustentabilidade vinha construindo”, avalia a cientista política Maria
do Socorro, professora da Ufscar. “Enquanto o PSB caminha para a direita,
defendendo uma agenda cada vez mais neoliberal, a Marina vinha se portando como
uma nova opção de sustentabilidade.”
Cientista político da
PUC-SP, Pedro Fassoni Arruda lembra que “a proposta dela era oferecer algo
diferente dos partidos tradicionais”: “Essa filiação com o PSB vai frustrar
muitos simpatizantes”, avaliou.
Professor da
Unicamp, o cientista político Roberto Romano acredita que a escolha foi
“estrategicamente ruim”. “A expectativa de seus eleitores era de que ela saísse
candidata. Dificilmente o Campos vai abrir mão da cabeça de chapa.” Ele avalia
que a oferta feita pelo PPS “era mais razoável” porque entregava à ex-senadora
a chance de se candidatar.
Para Arruda, a
ex-ministra do Meio Ambiente também “perde com a decisão” porque as pesquisas a
colocavam em segundo lugar. “Como ela tem um perfil de liderança personalizado,
não é certo que seus votos acabem transferidos para Campos, principalmente
porque o Brasil é um País em que as pessoas votam sem pesquisar sobre o vice.”
David Fleischer,
cientista político da UnB, pensa diferente. “Acredito que ela perde sendo
vice-presidente, mas antes ser vice de um partido grande do que ser presidente
de um partido mal estruturado.” Ele aposta que o reforço na candidatura de
Campos será tamanha que “o partido vai para o segundo turno”.
Chances Eleitorais
Embora acredite que
Marina perca prestigio, a professora da Ufscar aposta na viabilidade eleitoral
da dupla. “Agora, do ponto de vista programático, tem de ver qual será o
projeto, já que são correntes muito distintas.”
Já o cientista da
Unicamp afirma que as chances de vencer as eleições no ano que vem seriam
maiores se Marina fosse a candidata e Campos seu vice. “Aí tanto o PSDB quanto
o PT teriam de colocar as barbas de molho. De qualquer forma, o Lula vai ter de
fazer mais comício do que imaginava.”
Romano lembra que o
governador de Pernambuco tem uma herança política no Nordeste e a Marina
eleitorado no Brasil inteiro, com simpatizantes até na extrema esquerda. “Ela
pode causar um estrago grande aos partidos favoritos.”
Para Fleischer, os
eleitores estão cansados do PT e PSDB e querem uma terceira opção. “A Marina,
nesse caso, pode ser uma boa alternativa.” Romano concorda, mas acredita que
essa “terceira via” só será bem sucedida se a ex-senadora resistir à tentação
de bater de frente com Campos.
“Ela tem uma
tradição de relação tensa com os partidos. A Rede era um projeto quase pessoal
para abriga-la como presidente”, diz ele. “A menos que ocorra um milagre de
diplomacia, ela pode ter problemas no curto prazo.” DO TRIBUNA DA
BAHIA
BLOGUEIRO DIZ: As eleições de 2014 se aproximam e as peças estão sendo movimentadas no tabuleiro do poder,resta-nos agora esperar as definições e escolher aquele/ aquela,que muito bem nos representará e sobretudo tirará o povo brasileiro deste mar de corrupção e promessas irrealizáveis.O quadro sucessório de 2014 sofre uma reviravolta nas últimas horas. Segundo interlocutores de Marina, ela aceitou ser candidata a vice-presidente da República em 2014. A ex-senadora ainda propôs ao PPS de Roberto Freire a formação de uma frente que incluiria seu partido, quando ele vier a ser oficialmente criado, mas Freire rechaçou a proposta.
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